9.10.10

"Educação e diminuição"

Não me importo de não ter nenhuma ideia original para escrever, mas tive a ideia de brindar-lhes com esse parágrafo maravilhoso de Larrosa:

“Alguém falou depois de como a posição do professor se constitui reduzindo, definindo aos outros pelo que não são, pelo que lhes falta, pelo que deveriam ser, o que deveriam saber, o que deveriam pensar, o que deveriam fazer. E alguém falou também do difícil que é uma grandeza que não reduza, que não diminua, que não rebaixe. Algo que obviamente, passa por coisas mais profundas e mais sutis que o método didático, e que não tem nada a ver com essas dicotomias tão caras aos pedagogos de “aula magistral” versus “diálogo de experiências”, “ensino baseado na aprendizagem” versus “ensino baseado na transmissão”, “atividade” versus “passividade”, “diretividade” versus “não diretividade” etc. ... Algo que tenha a ver com o tom da voz, a altura do olhar, a arte das distâncias, esses velhos valores em desuso que se chamam respeito, humildade, honestidade, com a relação que se mantém com ideias e palavras que constituem a matéria da transmissão e também, naturalmente, com a forma da relação que se estabelece com a palavra, o pensamento, o silêncio e a presença dos estudantes”. (LARROSA, 2004, p.268)